Meio tímido, olhando para os lados como que querendo reconhecer alguma coisa que evidenciasse que afinal não estava só.
Fora mandado ou ate mesmo trazido, mas não sei por quem ou ate mesmo o porque.
De qualquer forma, ali ficou a olhar-me e eu a ele, sabe como: “olhos nos olhos quero ver o que você diz”.
Fiquei hipnotizada, assustada e reparando seu amplo rosto. Afinal de contas quem era eu para me assustar de tal forma, se, perto dele eu era um gigante e poderia devorá-lo se quisesse.
Resolveu caminhar e foi então que vi que, com tanta maciez ao andar, eu era muito pequena a seu favor.
Aos poucos ele se habituou ao lar.
Olhou de um lado para o outro e resolveu sentar no sofá. Retirou o pó do corpo e assentou a plumagem dos braços.
Fiquei absorta àquele hospede, que me encantou, e me fez logo lhe trazer algo de beber. No momento que tinha era somente leite, e o que me pareceu que aquela era sua bebida principal, pois, alem de beber tudo, ainda lambeu os lábios.
Pensei no que lhe daria para o jantar, e, ate mesmo aonde ele iria se aconchegar, quando ele pulou do seu lugar e resolveu conhecer o ambiente adentro.
Nem atrevi lhe chamar, afinal nem o seu nome eu sabia, e no fundo, queria que ele soubesse onde encontrar o que possivelmente iria precisar mais tarde.
Seguiu o corredor, parou os olhos esverdeados no pequeno quarto, sem insistir em entrar, pois não lhe interessou muito. Continuou a busca, parando enfrente do que eu chamo de meu mundo e ali, rebuscou tudo com o olhar, diferente de antes.
Curioso deu um salto sobre a minha cama, retirou o pó do corpo e assentou a plumagem novamente, me olhou como querendo dizer que era ali que iria ficar aquela noite e talvez assim para sempre.
Até hoje ali é seu lugar. Aos meus pés, e todas as noites nossas mentes correm descontroladas, proporcionando uma oportunidade gratificante de realizar àquelas tentações que se encontram suprimidas dentro de nós quando estamos acordados.
Nosso intimo fica solto revelando nossos desejos secretos, os nossos medos, amores e ódios; sonhamos. E é o sonho o único ponto de comunicação sobrenatural entre o hospede e eu.
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