Ninguém
vive sozinho neste mundo. Todos nós precisamos de alguém por mais reduzido que
seja o número de pessoas que convivam conosco.
Conviver
é estar com as pessoas de uma forma tão bonita porque é a grande possibilidade
que temos de amar, crescer, enxergar algo que ainda não tínhamos
percebido. O outro me ajuda a ampliar o olhar para o mundo ou, talvez,
para o meu pequeno mundo, e o tempo se empenha em ajeitar as descobertas no
seu lugar.
Nossos
dias têm a graça de serem marcados por muitos encontros. Infelizmente, damo-nos
conta de que a maioria deles acontece de forma rápida, superficial, apenas
profissional. Na verdade, são encontros sem contornos.
Os
afazeres da vida nos atropelam e nós nos atropelamos. Damos muitas desculpas
para nossas correrias e para nossa falta de tempo, e chegamos ao final do dia
cansados e com a triste sensação de insatisfação por termos feito tudo pela
metade, sem atenção e cuidado. Quantas vezes não temos memória do que fizemos
pela manhã ou de quem encontramos?
Encontros
deveriam ser assim: com contornos! Deveríamos olhar mais para decorar o
contorno do rosto, a cor dos olhos, os gestos no ar, a entonação das palavras
ou as pausas de silêncio. Deveríamos decorar cada toque para que, um dia, na
ausência da vida, podermos tirar do coração as lembranças que a memória amou e
guardou para serem recordadas na serenidade e na paz.
Se
não prestamos atenção às pessoas que amamos e vivem conosco, perdemos a
oportunidade de guardarmos o que de melhor elas têm: o jeito único de ser, de
sorrir, de gargalhar, de abraçar, de fazer aquele bolo delicioso, de arrumar a
casa, de estar conosco.
Pe.
Fábio diz que “pessoas são como livros, precisam ser lidas” e, por
que não, decoradas? Não paremos na capa. Há muita riqueza escondida em
capas não atraentes”.
Imagem:Google
0 comentários:
Postar um comentário
Seu comentário aqui.