sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A AMIZADE REAL

Um homem que amontoara sabedoria, além da riqueza, auxiliava diversas famílias a se manterem com dignidade. 
Sentindo-se envelhecer, chamou o filho para instruí-lo na mesma estrada de bênçãos. Para começar, pediu ao moço que fosse até o lar de um amigo de muitos anos, a quem destinava 300 reais mensais. 
O jovem viajou alguns quilômetros e encontrou a casa indicada. Esperava encontrar um casebre em ruínas mas o que viu foi uma casa modesta, mas confortável. Flores alegravam o jardim e perfumavam o ambiente. O amigo de seu pai o recebeu com alegria. Depois de inteligente palestra, serviu-lhe um café gostoso. Apresentou-lhe os filhos que se envolviam num halo de saúde e contentamento. 
Reparando a fartura, o portador regressou ao lar sem entregar o dinheiro.
Para quê? Aquele homem não era um pedinte. Não parecia ter problemas. E foi isso mesmo que disse ao velho pai, de retorno ao próprio lar. 
O pai, contudo, depois de ouvir com calma, retirou mais dinheiro do cofre, dobrou a quantia e disse ao filho: 

- Você fez muito bem em retornar sem nada entregar. Não sabia que o meu amigo estava com tantos compromissos. Volte à residência dele e em vez de trezentos, entregue-lhe seiscentos reais, em meu nome. De agora em diante, é o que lhe destinarei. A sua nova situação reclama recursos duplicados.
O rapaz relutou. Aquela pessoa não estava em posição miserável. Seu lar tinha tanto conforto quanto o deles. 
- Alegro-me em saber - falou o velho pai - Quem socorre o amigo apenas nos dias do infortúnio, pode exercer a piedade que humilha, em vez do amor que santifica. Quem espera o dia do sofrimento para prestar favor, poderá eventualmente encontrar silêncio e morte, perdendo a oportunidade de ser útil.
Não devemos esperar que o irmão de jornada se converta em mendigo a fim de socorrê-lo. Isso representaria crueldade e dureza de nossa parte. Todos podem consolar a miséria e partilhar aflições. Raros aprendem a acentuar a alegria dos seres amados, multiplicando-a para eles, sem egoísmo e nem inveja no coração. O amigo verdadeiro sabe fazer tudo isto. Volte pois e atenda ao meu conselho. Nunca desejei improvisar necessitados em torno da nossa porta e sim criar companheiros para sempre.
Entendendo a preciosa lição, o rapaz foi e cumpriu tudo o que lhe havia determinado seu pai.
Pense bem...
O verdadeiro amigo é aquele que sabe se alegrar com todas as conquistas. 
Se ampara na hora da dor e da luta, também sabe sorrir e partilhar alegrias. 
O amigo se faz presente nas datas significativas e deixa seu abraço como doação de si próprio ao outro. Incentiva sempre. Sabe calar e falar no momento oportuno. 
Pode estar muito distante, mas sua presença sempre perto. O verdadeiro amigo é uma bênção dos céus aos seres na Terra.



Imagem:Google

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