Honestamente
é difícil ser honesto com quem amamos. Não me refiro aqui à fidelidade, mas a
um outro tipo de honestidade: o de falar o que vai dentro do nosso coração,
daquilo que não gostamos, que desaprovamos. Não é por que amamos alguém que o
vemos perfeito. Mesmo amando temos o direito de ver a pessoa tal qual ela é. O
difícil mesmo é abrir o coração e dizer o que pensamos, mesmo se isso vai
magoar o outro.
A
vida é como um baile de máscaras: há a hora que a música acaba, as luzes se
apagam e a gente é obrigado a voltar pra casa. A realidade é outra. E o que
sobra? Sobra cara lavada, roupa simples; sobram às rugas, as imperfeições.
Sobram as desilusões. Por que negar e viver como se não fosse? É nosso dever
ser honestos e francos com quem amamos. Vai doer nele? Dói em mim também. Não a
realidade, pois esta chega cruel ou não. O que dói mesmo é a idéia de
decepcionar o outro. Mas coisas que precisam ser ditas não devem ficar pra
trás.
É
como se fôssemos caminhando e colocando pedrinhas no bolso. Chega fatalmente o
dia em que o bolso pesa e começamos a andar mais devagar; chega o dia em que
continuar torna-se penoso e dolorido. Daí, melhor se livrar dessas pedras uma a
uma, à medida que vão chegando às nossas vidas. E manter o mesmo passo. Não
amamos menos uma pessoa porque temos a coragem de lhe dizer a verdade. A
verdade é que a amamos o suficiente para saber que ela merece que a tratemos
honestamente. E para que ela saiba que pode agir da mesma forma conosco.
Os
casais que nunca brigam não são perfeitos. Há certamente algo errado numa
relação assim. Há certamente um que domina e um que se deixa dominar. Um que
sofre e dois que fingem que está tudo bem. A franqueza não existe para
destruir relacionamentos, mas para harmonizá-los. É preciso saber o que
um pensa do outro. E que ambos tentem se ajustar com seriedade e amor. Só assim
será possível criar um relacionamento com base sólida.
Imagem:Google
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