Ninguém
reclama da falta de alguma coisa sem antes ter experimentado suas vantagens.
Dizer
que amamos alguém é muito mais que expressar o que sentimos; é deixar claro
para a outra pessoa que estamos dispostos a realizar todas as coisas para
fazê-la feliz ao nosso lado. Embora o amor seja definido como um sentimento, a
manifestação dessa emoção precisa ser traduzida em gestos e atitudes que gerem
comunhão. Isso se aplica nos relacionamentos entre irmãos, pais, filhos,
colegas… e em nada esse “bem-querer” se difere – em intensidade – da
manifestação vivida entre homens e mulheres decididos a viver o desafio da vida
comum compartilhada.
Quanto
mais convivemos com as pessoas, tanto maior é o nosso conhecimento a respeito
delas. Assim, apesar de manifestarmos e dizermos por várias vezes que amamos
alguém, não deixamos de experimentar, também, outros sentimentos, como raiva,
medo, inclusive, certa insatisfação, mesmo que seja por alguns momentos. Da
mesma maneira que a febre no organismo pode indicar infecção, as possíveis
insatisfações no relacionamento podem ser indicadoras de alguma situação que
merece atenção especial.
Ninguém
reclama da falta de alguma coisa sem antes ter experimentado suas vantagens.
Sabemos o quanto é bom ter a atenção e o carinho de alguém voltado para nós;
todavia, muitas vezes, no convívio do dia-a-dia ou tomados por outros afazeres,
deixamos de lado coisas simples, mas de grande importância para a manutenção do
casamento. Hábitos que anteriormente eram comuns no tempo de namoro ou no
início da vida conjugal, infelizmente se tornaram raros por parte de um dos
cônjuges, ao longo dos anos, como passear de mãos dadas, trocarem beijos e
carinhos, assim como outras afabilidades no tratamento.
Ao
deparar com a rarefação dos carinhos e das delicadezas, anteriormente presentes
na vida dos casais, pode-se achar que o relacionamento conjugal está fadado à
mesma rotina de outros – muitos dos quais não podem nos servir de modelo. No
entanto, não podemos permitir que os problemas e as insatisfações manifestadas
roubem de nós a pessoa amada. O descaso às queixas do cônjuge, acabará por
extinguir da vida do casal aquilo que foi objeto da reclamação. Antes melhor
denunciar aquilo que é de desagrado para alcançar, ainda em tempo, a
restauração do relacionamento.
Tentar
acostumar-se com a situação, ridicularizá-la ou responder com sarcasmo ao que
foi relatado, apenas provoca feridas e pode provocar conseqüências desastrosas
para aqueles que, até pouco tempo, eram cúmplices em seus propósitos. Portanto,
uma vez conhecidos os entraves da convivência, não podemos nos comprometer
somente com promessas de mudança, pois estas precisam ser assumidas com
atitudes.
Assim,
revigorados pela disposição em voltarmos a ser especiais ao outro, evitaremos
que os muros das superficialidades e do individualismo surjam no campo dos
sentimentos, nos quais paredes jamais podem existir. Imagem:Google
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