quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

GENTILEZAS SALVADORAS

Quando você afasta do piso uma casca de fruta deixada pela negligência de alguém, não pratica apenas um ato de gentileza. Evita que algum desavisado escorregue, sofrendo tombo violento.
Ao ceder o lugar no transporte coletivo a um idoso, você não realiza um gesto de cortesia somente. Atende a um corpo cansado, poupando as energias de quem poderia ser seu avô ou seu pai.
Se você oferece auxílio na condução de um volume qualquer, poupando aquele que o carrega, não pratica unicamente uma delicadeza. Contribui fraternalmente para a alegria de alguém que, raras vezes, encontra ajuda.

Utilizando a boa palavra em qualquer situação, você não atende exclusivamente à finura do trato. Realiza entre os ouvintes o culto do verbo são, donde brotam proveitosos e salutares ensinamentos.
Silenciando uma afronta em público, você não demonstra apenas refinamento social. Poupa-se ao diálogo violento, que dá margem a ódios irremediáveis.
Se você oferece agasalho a quem necessita, não só atende à delicadeza humana, por filantropia. Amplia a cultura da caridade pura e simples.
Ao sorrir, discretamente, dando oportunidade a um desafeto de refazer a amizade, você não age tão-somente em tributo à educação. Apaga mágoas e ressentimentos, enquanto "está a caminho com ele".
Procurando ajudar um enfermo cansado a vencer um obstáculo, você não age apenas por uma questão de gentileza. Coopera para que a vida se dilate no debilitado, propiciando-lhe ensejos evolutivos.
Atendendo uma criança impertinente que o incomoda, num grupo de amigos, você não se situa só na formosura da conduta externa. Liberta um homem futuro de uma decepção presente.
No exercício da gentileza, a alma dilata recursos evangélicos e vive o precioso ensino do Mestre ao enfático doutor da Lei, com afabilidade e doçura, quando Ele afirmou: “Vai e faze o mesmo!”
No exercício da afabilidade e da doçura, que atrairá para você as correntes da simpatia, use a compaixão para com todos e guarde, acima de tudo, a boa vontade e a sinceridade no coração.
Na alegria ou na dor, no verbo ou no silêncio, no estímulo ou no aviso, acenda a luz do amor no coração.
A doçura é essa gentileza das maneiras, uma das formas de benevolência para com o nosso próximo, caracterizada pela disposição de acolher o outro como alguém a quem queremos bem.
É uma coragem sem violência, uma força sem dureza, um amor sem cólera.
A doçura, a afabilidade, atraem. A dureza, a cólera, afastam.
Cultive a brandura sem afetação; e a sinceridade, sem espinhos. Somente o amor sabe ser doce e afável, para compreender e ajudar, usando situações e problemas, circunstâncias e experiências da vida, para elevar o Espírito eterno ao templo da luz Divina.
Se algo sobre a Terra merece o nome de felicidade, é aquela íntima satisfação, aquele íntimo sentimento moral que resulta do emprego das faculdades na pesquisa da verdade e na prática da virtude.

Pense nisso.

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