Um
avô e seu neto caminhando pelo quintal, ora se agachando aqui, ora ali, em
animada conversação, não é cena muito comum nos dias atuais.
O garoto, de quatro anos de idade, aprendia a cultivar e a cuidar das plantas com o exemplo do seu avô, que tinha tempo para o netinho, sempre que este o visitava.
O garoto, de quatro anos de idade, aprendia a cultivar e a cuidar das plantas com o exemplo do seu avô, que tinha tempo para o netinho, sempre que este o visitava.
Era
por isso que o pequeno Nícolas acariciava as mudinhas que havia plantado e
dizia:
-
Quem planta colhe, né, vovô?
Mas
o avô não é habilidoso apenas no cultivo de plantas, é hábil também na arte de
cultivar virtudes. Entre uma conversa e outra, entre a carícia numa flor e uma
erva daninha que arrancava, ele ia cultivando virtudes naquele coração
infantil.
Ia
ensinando que, para obter frutos saborosos e flores perfumadas, é preciso
cuidado, dedicação, atenção e conhecimento. E que, acima de tudo, é preciso
semear, pois sem semeadura não há colheita.
O
cuidado do pequeno Nícolas pelas plantas era fruto do ensinamento que recebeu
desde pequenino, pois nem sempre foi assim. Quando começou a engatinhar, suas
mãozinhas eram ligeiras para arrancar tudo o que via pela frente, como qualquer
bebê que quer conhecer o mundo pela raiz... E, se não tivesse por perto
alguém que lhe ensinasse a respeitar a natureza, talvez até hoje seu
comportamento fosse o mesmo, como muitas crianças da sua idade ou até maiores.
Importante
observar que as melhores e mais sólidas lições as crianças aprendem no
dia-a-dia, com os exemplos que observam nos adultos. É mais pela observação dos
atos do que pelos conselhos, que os pequenos vão formando seus caracteres. Se a
criança cresce em meio ao desleixo, ao descuido, às mentiras, ao desrespeito,
vendo os adultos se agredindo mutuamente, ela aprenderá essas lições.
Assim,
se temos a intenção de passar nobres ensinamentos a alguém, se faz necessário
que prestemos muita atenção ao nosso modo de vida, às nossas ações diárias. Como
todo bom jardineiro, os educadores devem ser bons cultivadores de valores e
virtudes. Devem observar com cuidado as tendências dos filhos e procurar semear
na alma infantil, as sementes das virtudes. Ao mesmo tempo devem preservá-la
das ervas-daninhas, das pragas, da seca e das enchentes. Sem esquecer jamais o
adubo do amor.
A
alma da criança que cresce sem esses cuidados básicos, por parte dos adultos,
geralmente se torna campo tomado pelas ervas más dos vícios de toda ordem. E,
de todas as ervas más, as mais perigosas são o orgulho e o egoísmo, pois são as
que dão origem às demais. Por isso a importância dos cuidados desde cedo.
E para se ter êxito nessa missão de jardineiro de almas, é preciso atenção,
dedicação, persistência, determinação.
O
campo espiritual exige sempre o empenho do amor do jardineiro para que possa
produzir bons resultados. E o empenho do amor muitas vezes exige alta dose de
renúncia e de coragem. Coragem de renunciar aos próprios vícios para dar exemplos
dignos de serem seguidos.
Os
jardins da alma infantil são férteis e receptivos aos ensinamentos que percebem
nas ações dos adultos. Por essa razão, vale a pena dedicar tempo no cultivo das
virtudes, antes que as sementes de ervas-daninhas sejam ali jogadas, nasçam e
abafem a boa semente.
Pense
nisso...
Para
que você seja um bom cultivador de almas, é preciso que tenha, na sua
sementeira interior, as mudinhas das virtudes.
Somente
quem possui pode oferecer. Somente quem planta pode colher.
Seja
um cultivador de virtudes.
Imagem:Google
0 comentários:
Postar um comentário
Seu comentário aqui.