Vivemos
atualmente tempos alucinantes, em que tudo se sucede de forma rápida e
vertiginosa, sem termos tempo de assimilar e compreender verdadeiramente aquilo
que se passa à nossa volta. Todos nos queixamos (uns mais do que outros) de que
os dias não chegam para fazer tudo, de que nos falta sempre tempo para estarmos
com quem mais gostamos, etc. etc. etc.
De
fato, tudo e todos parecem-nos exigir não calma e ponderação, mas antes
eficácia, rapidez e desembaraço. Se não vejamos: todos os dias temos de chegar a
horas ao emprego ou à escola, temos de almoçar a determinadas horas, temos de
chegar a casa a determinadas horas, temos de fazer o jantar para determinadas
horas, temos de chegar ao cinema a determinadas horas, temos de ir às compras a
determinadas horas, só nos poderemos divertir a determinadas horas, enfim os
exemplos são inúmeros.
Por
isso, hoje somos todos um pouco escravos do relógio, pois é um objeto sem o
qual não passamos, que está presente em tudo quanto é sítio, que nos indica se
estamos ou não atrasados para um determinado compromisso profissional, que nos
indica se teremos ou não tempo para estarmos com aquela pessoa que já não
víamos há muito tempo ou se ainda poderemos "dar um salto" no
ginásio.
Se
um extraterrestre nos viesse visitar talvez nos descrevesse como sendo
criaturas irracionais e autênticas "baratas tontas", que passamos a
vida a correr sem sabermos no fundo o que somos, o que queremos, para onde
vamos.
Muitas
vezes julgamos tudo saber, tudo controlar mas isso não é bem assim. A
sociedade está organizada para que não tenhamos tempo para pensar, para
refletir, para desenvolver uma postura crítica face às situações e
circunstâncias da nossa vida quotidiana. Talvez isto interesse aos poderosos,
aos governantes que assim vão tendo tempo para nos controlar com os seus
esquemas e com os seus jogos do faz de conta ou do "olha para o que eu
digo não olhes para o que eu faço".
Em
jeito de conclusão e parafraseando o sábio Pitágoras podemos dizer que o homem
só será "a medida de todas as coisas", quando deixar de ser escravo
do relógio.
Imagem:Google
0 comentários:
Postar um comentário
Seu comentário aqui.